Reconstruir depois de um desastre natural não é fácil e pode levar anos. No entanto, a inovação está apontando o caminho em direção ao futuro no Nepal, 12 meses após um terremoto de magnitude 7,8 na escala Richter ter atingido a capital do país, Katmandu.

O dia 25 de abril de 2016 assinala o aniversário do terremoto, que provocou quase 9 mil mortes e afetou mais de 6,6 milhões de pessoas no Nepal, na Índia, na China e em Bangladesh.

No rescaldo logo após o desastre, equipes de ajuda emergencial resgataram sobreviventes, entregaram suprimentos de emergência e forneceram cuidados médicos

Soldier carrying young child in front of helicopter (DOD)
A Nepalese soldier carries a young earthquake victim to a medical triage area in Kathmandu. (DOD)

Dois protótipos Finder* (abreviação em inglês que significa “Encontrando indivíduos em resposta a desastres e situações de emergência”) ajudaram a salvar vidas. Os dispositivos, desenvolvidos conjuntamente pela Nasa* e o Departamento de Segurança Interna dos EUA* detectam movimento da mesma maneira que a Nasa mede órbitas planetárias.

Ao utilizar um dispositivo Finder, as equipes de resgate identificaram os batimentos cardíacos de quatro homens presos debaixo de 3 metros de escombros quando edifícios desabaram no vilarejo de Chautara. (O software do Finder pode distinguir entre batimentos cardíacos de animais e seres humanos em até 10 metros de escombros.)

O papel contínuo da tecnologia

A situação humanitária tem melhorado constantemente desde o terremoto, mas devido ao fato de que ele destruiu muitas estruturas, a reconstrução no longo prazo — com a ajuda da tecnologia — continua:

  •  “Estamos usando a capacidade dos tablets e dos smartphones do Sistema de Posicionamento Global para medir a localização de todos os edifícios em distritos atingidos pelo terremoto, câmeras para capturar imagens dos danos e aplicativos de software para coletar informações” sobre as populações afetadas, disse Nama Budhathoki, diretora dos Laboratórios Vivos de Katmandu*. Até agora, os engenheiros já coletaram informações referentes a 700 mil edifícios.
  • Os drones estão fazendo um levantamento do Nepal e capturando imagens aéreas para avaliação de danos. O especialista em tecnologia dos EUA Patrick Meier — fundador da Rede UAV de Profissionais em Ajuda Humanitária UAViators* (da abreviação em inglês UAV: Unmaned aerial vehicle, ou veículo aéreo não tripulado, em tradução livre) — está dialogando com médicos nepaleses sobre a possibilidade de os drones entregarem suprimentos médicos a vilarejos remotos.
  • Servir*, uma pareceria entre a Nasa e a Usaid que fornece dados de satélite para rastrear as mudanças climáticas, está apoiando esforços de ajuda emergencial decorrentes do terremoto com centros em Katmandu, no Leste da África e na região do Baixo Mekong.

A colaboração em curso entre os EUA e o Nepal, a ajuda dos EUA (US$ 130 milhões) e a criatividade das pessoas com grandes habilidades em tecnologia no Nepal dão esperança de que o Nepal poderá enfrentar os desafios de reconstruir o país.

* site em inglês