Embora ele não vá se candidatar a uma reeleição em 2016, o presidente Obama provavelmente ouvirá alguns partidários entoarem “Mais quatro anos!” em eventos políticos vindouros. Mas ele não levará isso a sério.
Ele não pode fazer isso. Desde 1951, a 22ª Emenda da Constituição dos EUA* proíbe que presidentes do país sejam eleitos por mais de dois mandatos. Mesmo antes de 1951, a maioria dos presidentes seguiu o exemplo definido pelo primeiro presidente dos EUA, George Washington, e se afastou do poder político após o término de seu segundo mandato de quatro anos.
Críticos dos limites de mandatos presidenciais veem a 22ª Emenda como algo que limita a vontade dos eleitores que desejam manter um presidente em exercício e enfraquece presidentes no segundo mandato, tornando-os “patos mancos”, termo usado para designar o mandatário que permanece no cargo por direito, mas, na prática, já não exerce nenhuma influência no cenário político.

Mas os defensores identificam benefícios. Os limites de mandatos incentivam novas ideias e impedem que um único líder se torne indispensável. A Presidência, argumentam, é um trabalho, não uma carreira.
Como presidentes nomeiam juízes para o Supremo Tribunal dos EUA, um presidente que serve 12 ou mais anos pode influenciar muito a composição do tribunal.
Thomas Cronin, professor na Colorado College e especialista em assuntos relacionados à Presidência, declara em artigo de sua autoria: “a 22ª Emenda é um compromisso prático, mas imperfeito, entre a necessidade de energia, decisão e liderança na Presidência e o princípio republicano de rotação no gabinete”.
Dois terços dos americanos apoiam a 22ª Emenda e os limites do mandato presidencial. “A maioria dos americanos compreende que o limite do mandato é um compromisso para a proteção da liberdade”, disse Cronin.
* site em inglês