A Agência dos EUA para o Desenvolvimento Internacional (Usaid) está se preparando para ajudar parceiros internacionais a superarem dificuldades econômicas e humanitárias causadas pela pandemia da Covid-19.
John Barsa, administrador adjunto em exercício da Usaid, anunciou em 28 de outubro a Análise Estratégica Além do Horizonte*, uma nova iniciativa visando planejar para um mundo alterado pela Covid-19. O intuito é ajudar nações parceiras em seu caminho rumo à recuperação e em sua jornada para a autossuficiência.
“A experiência prática singular da Usaid e os recursos assistenciais são mais essenciais do que nunca”, afirma a agência em um relatório de apoio à iniciativa. “Para ser mais eficaz possível, a Usaid deve exercer liderança, se preparar para ser ágil e para o aumento da incerteza.”

Em discurso no Instituto de Empreendedorismo Americano em Washington, Barsa disse que a pandemia atingiu países de baixa e média renda de maneira especialmente severa e que a Usaid lutará não apenas contra a atual crise sanitária, mas também contra os impactos econômicos e humanitários que a acompanham.
“Crises econômicas e pandemias são sempre mais duras para grupos marginalizados e tendem a promover a autocracia, a corrupção e distúrbios”, disse Barsa. “Daqui para frente, continuaremos liderando os esforços para garantir que a comunidade de doadores seja coordenada em sua resposta imediata e de longo prazo.”
Mais de 52 milhões de casos de Covid-19 foram relatados em todo o mundo, levando à morte de mais de 1,2 milhão de pessoas, de acordo com dados agregados pela Universidade Johns Hopkins e relatados pelo site MarketWatch. Os Estados Unidos estão apoiando pesquisas sobre vacinas e tratamentos para combater a doença, incluindo várias vacinas em potencial atualmente nos estágios finais de teste.
Mas a Covid-19 é mais do que uma crise de saúde, disse Barsa, e exige uma nova maneira de pensar sobre o trabalho humanitário e de desenvolvimento da agência. O desastre econômico e humanitário está levando dezenas de milhões de pessoas à pobreza e à fome. As cadeias de suprimentos foram interrompidas, as imunizações e as eleições foram adiadas, e muitas pessoas estão fora da escola ou do trabalho.
“Haverá bilhões de vítimas desta pandemia que nunca contraíram o vírus”, disse Barsa.

Como parte da iniciativa Além do Horizonte, a Usaid conduziu uma revisão estratégica visando determinar a melhor forma de se adaptar ao volátil contexto global. A agência definiu três objetivos estratégicos para orientar seu trabalho futuro:
- Construir resiliência em países que estão cada vez mais frágeis devido à Covid-19.
- Responder ao aumento da pobreza, da insegurança alimentar e de oportunidades educacionais perdidas.
- Fortalecer os exauridos sistemas de saúde públicos e privados, e de segurança sanitária.
O projeto também pede um enfoque nas regiões mais afetadas, como a América Central e a África Oriental, que podem recuar em relação aos ganhos de desenvolvimento recentes.
A Usaid também criará uma unidade de previsão estratégica a fim de antecipar crises futuras e garantir que as abordagens técnicas tratem dos desafios emergentes.
Com essas e outras novas abordagens, “a Usaid terá um papel vital em ajudar os países onde trabalhamos visando a reconstrução e a recuperação”, disse Barsa.
