Os resultados dos últimos testes confirmam que uma vacina experimental contra o ebola é altamente eficaz, uma grande conquista que poderá ajudar a prevenir a proliferação de surtos da doença, como o que matou milhares de pessoas na África Ocidental.

Cientistas têm se esforçado para desenvolver uma vacina contra o ebola ao longo dos anos, e essa é a primeira que comprovadamente funciona. Os esforços aumentaram depois de um surto da doença infecciosa, que começou na Guiné em 2013 e se alastrou por Serra Leoa e Libéria. Cerca de 11.300 pessoas morreram. 

A Organização Mundial da Saúde (OMS), após reconhecer que houve falhas em sua resposta ao surto da África Ocidental, liderou o estudo da vacina, que foi desenvolvida pelo governo canadense e licenciada agora pela Merck & Company, empresa com sede nos Estados Unidos.

A Merck deverá receber aprovação regulatória nos EUA e na Europa em 2017.

New York Times: uma nova vacina contra o ebola provou fornecer 100% de proteção contra a doença. http://nyti.ms/2heuu19 @nytimes

Cerca de 5.800 pessoas receberam a vacina experimental na Guiné em 2015, quando o vírus estava diminuindo. Todas tiveram algum contato com um novo paciente de ebola. Elas receberam a vacina imediatamente ou três semanas depois. Após um período de espera de 10 dias, não houve nenhum caso de ebola entre as pessoas que foram vacinadas imediatamente, mas houve 23 casos entre aquelas que demoraram para ser vacinadas.

Um artigo do jornal científico The Lancet, publicado em 22 de dezembro, cristaliza em sua maior parte os resultados provisórios divulgados no ano passado. A vacina provou ser tão eficaz que o estudo foi interrompido no meio para que todas as pessoas expostas ao ebola na Guiné pudessem ser imunizadas.

“Realmente acredito que agora temos uma ferramenta que nos permitirá controlar um novo surto de ebola da cepa do Zaire”, disse Marie-Paule Kieny, diretora-geral assistente da OMS e autora líder do estudo. “É a primeira vacina que provou ser eficaz.”

Ela observou que outras vacinas contra o ebola estão sendo testadas e que ainda é necessário desenvolver uma vacina para proteger contra uma segunda cepa do ebola: a do Sudão.