“Se você interferir em uma parte do sistema, como o Ártico, você pode ter certeza de que vai ver os impactos em outros lugares”, afirma o cientista Piers Sellers.

Sellers tem uma perspectiva unicamente global. Como astronauta da Nasa, testemunhou a partir do espaço o ininterrupto derretimento da calota de gelo do Ártico. No solo, Sellers decifra dados climáticos complicados através de simulação por computador e satélites de observação da Terra.

Neste momento, as regiões polares do norte estão se aquecendo duas vezes mais rápido do que em qualquer outro lugar da Terra.

Você não precisa estar no espaço para enxergar as consequências. Você e a linha costeira mais próxima de você enfrentam os seguintes riscos:

  • Aumento do nível do mar: as comunidades costeiras, que representam 38% da população mundial, poderão sofrer inundações e possível destruição.
  • Encolhimento do “espelho” do Ártico: devido à incapacidade da neve e do gelo refletirem a luz do Sol, mais calor é armazenado na Terra, acelerando o aquecimento em todos os lugares.
  • Eventos climáticos extremos: seca, calor e inundações podem aumentar à medida que o Ártico, que sofre derretimento, desloca a corrente de jato do norte.
  • Fuga de peixes: as águas do Ártico estão mudando tão rapidamente que as populações de peixes estão migrando, afetando uma fonte de alimento vital.
  • Incêndios florestais: invernos mais secos tornam a ocorrência de incêndios mais comum.
  • O permafrost não é permanente: a camada de gelo no subsolo do Ártico está derretendo, potencialmente liberando bilhões de toneladas de gases de efeito estufa.

O que você pode fazer?

Adotar medidas para reduzir as emissões de carbono, mesmo em sua cidade natal, pode ajudar a diminuir o recuo do gelo no Ártico. E se você mora no litoral, sua comunidade pode adotar medidas para enfrentar o aumento do nível do mar.