Josephine Baker (1906–1975) alcançou a fama como dançarina, cantora e estrela de cinema. Ela também foi uma heroína da Segunda Guerra Mundial e ativista dos direitos civis.
Em 30 de novembro, Baker se tornou a primeira mulher negra homenageada no Panteão da França. Ela é a primeira artista e apenas a sexta mulher a receber essa homenagem.
“Sua panteonização é um reconhecimento bem-merecido para este ícone nascido nos Estados Unidos, cujo legado e lições de coragem e resiliência continuam a nos inspirar”, disse o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, em um tuíte de 30 de novembro*.
A cerimônia, que aconteceu em Paris, homenageou a vida e o legado de Josephine com discursos, homenagens e filmes de suas performances.
Maior honra da França
Ser enterrado ou comemorado no Panteão é ser lembrado como um dos heróis da França. Isso só pode acontecer por meio de ação parlamentar.
Os homenageados incluem o filósofo Voltaire e os escritores Victor Hugo e Emile Zola.
Existem apenas dois outros homenageados negros no Panteão: o autor dos Três Mosqueteiros, Alexandre Dumas, e o estudioso Félix Éboué, também combatente da Resistência.
“Josephine é a sexta mulher a ser enterrada no local, além dos combatentes da resistência francesa Germaine Tillion e Geneviève de Gaulle-Anthonioz; a sobrevivente do Holocausto e política Simone Veil; Sophie Berthelot, esposa de um químico francês; e a química ganhadora do Prêmio Nobel Marie Curie.”
Uma estrela nasce
Josephine nasceu em St. Louis, Missouri, em 1906. Ela começou a dançar profissionalmente ainda adolescente na cidade de Nova York. Aos 19, ela cruzou o oceano para começar uma carreira em Paris, onde encontrou a fama.

Josephine se tornou a atração principal em locais famosos, como Les Folies Bergère. Ela é considerada uma das artistas mais conhecidas da França.
Josephine adquiriu cidadania francesa em 1937, apenas dois anos antes do início da Segunda Guerra Mundial. Josephine usou sua fama para lutar pela Resistência, até mesmo contrabandeando mensagens secretas em território ocupado e escondendo refugiados judeus em sua propriedade rural.
Na década de 1960, Josephine apoiou o movimento pelos direitos civis nos Estados Unidos, notadamente apoiando Martin Luther King durante seu discurso “Eu tenho um sonho” nos degraus do Memorial Lincoln em 1963. Em turnê pelos Estados Unidos, ela se recusou a se apresentar para públicos segregados — desafiando diretamente Jim Crow, a segregação racial imposta pelas leis e costumes da época.
Josephine morreu em 1975, dias depois de desmaiar no final de uma apresentação. Ela foi enterrada em Mônaco, onde seu corpo permanece até hoje, enquanto uma placa em um cenotáfio marca sua presença no Panteão.
“Eu tenho dois amores”, ela cantou em 1930. “Meu país e Paris.”
* site em inglês
