Voz da América: ‘Music Time in Africa’ abrange culturas e gêneros

Em um estúdio de gravação ao pé do Capitólio, a produtora e apresentadora Heather Maxwell se sente à vontade tocando músicas, contando histórias, entrando em harmonia em inglês e francês, e até mesmo se embalando ao som da música com seus convidados, quatro das maiores estrelas pop dos Camarões.

Mais uma vez, começa o programa “Music Time in Africa” (Hora da Música na África, em tradução livre).

Todas as semanas, 12 milhões de ouvintes sintonizam na Voz da América para ouvir música africana, que transmite os últimos lançamentos e as mais populares canções que vão do hip-hop ao jazz clássico, incluindo canções do gênero gospel e regional de países e culturas diferentes.

É uma mistura que atrai um público não somente na África, mas entre a diáspora global e entusiastas de todos os lados.

“Music Time in Africa” é o programa mais antigo da Voz da América, que foi lançado em 1965 pelo falecido etnomusicologista Leo Sarkisian, que ajudou a tornar o músico nigeriano Fela Kuti famoso.

Em 2012, Sarkisian passou a responsabilidade para a Heather, cantora e compositora de jazz com doutorado em Etnomusicologia. Ela foi criada cantando na banda gospel de sua família e já sonhou em cantar ópera. Ela foi voluntária do Corpo da Paz e, posteriormente, bolsista da Fulbright no Mali. Um membro integrante do corpo docente da Universidade de Michigan a recomendou para Sarkisian como uma pessoa especialmente qualificada para ser seu sucessor.

Hoje, seu público ouvinte não somente acompanha o programa pela rádio (ondas curtas, AM, FM), mas também pela internet usando as mídias sociais. Os interessados também podem assistir trechos do programa ao vivo através do Facebook Live.

Vista aérea de Heather com papéis; letreiro luminoso informa que o microfone está ligado; Heather ao microfone (D.A. Peterson/Depto. de Estado)
Heather Maxwell, etnomusicóloga e performer, exala uma paixão pela música africana de todos os tipos durante as transmissões semanais (D.A. Peterson/Depto. de Estado)

Heather prepara um roteiro, mas sua espontaneidade dá vida ao programa, que é gravado dias antes de ser transmitido. Ele sempre começa com um trecho de música tradicional, mas atravessa o mapa musical, que vai do highlife, gênero musical de Gana, ao afrobeat da Nigéria, ao soukous da República Democrática do Congo, ao hipco da Libéria.

“Preparamos para vocês um programa especial por tantas razões”, diz ela, iniciando a transmissão. E anuncia que tem uma playlist [lista de músicas] fantástica: canções novas e antigas de Senegal, Nigéria, Angola, Quênia, Zimbábue, Camarões e a música da semana de Uganda.

Ela escolhe a playlist semanal depois de passar 25 horas ouvindo música de centenas de CDs que ocupam as paredes de seu escritório e novas canções que chegam diariamente. Um músico indicado ao Grammy do Mali havia acabado de enviar uma pelo WhatsApp.

Seus convidados — Stanley Enow, Magasco, Mr. Leo e Mink’s — estiveram em Washington para encabeçar um festival de música e artes camaronês em uma zona residencial de Maryland. “Estamos aqui para mostrar ao mundo o que Camarões tem para oferecer”, disse Mr. Leo.

“Isso é brilhante”, respondeu Heather.

Magasco sorrindo e olhando para Heather Maxwell em pé com os braços levantados (D.A. Peterson/Depto. de Estado)
Heather dança ao som da música do artista camaronês Magasco (à esquerda) em seu estúdio no Voz da América (D.A. Peterson/Depto. de Estado)

“Toda semana é emocionante e cansativo ao mesmo tempo”, diz Heather, que chama o que faz de emprego dos sonhos. “Meu público ouvinte é jovem, mas não vou apenas tocar o que eles sempre ouvem nas rádios. Quero convencê-los a ouvir tradições de suas próprias músicas que talvez eles não achem mais interessante.”

E no final do programa, ela diz a todos os ouvintes: “Espero que vocês estejam em um lugar mais feliz do estiveram no início [do programa]. Até a próxima semana, muitas bênçãos e continuem lindos.”