Um estilo revolucionário de lutar boxe fez com que Cassius Clay ficasse famoso. No entanto, foi seu apelo por justiça social que fez de Muhammad Ali — o nome que Clay adotou após se converter ao Islamismo — um ícone internacional.

Os três campeonatos mundiais na categoria peso-pesado falam por si mesmos. É o que ele fez fora do ringue que atraiu a grande maioria dos comentários nos dias desde seu falecimento em 3 de junho. O presidente Obama o elogiou* dizendo ser ele “o homem que lutou pelo que era certo. Um homem que lutou por nós. Ele se iguala com King e Mandela; se impôs quando fazer isso era difícil; se expressou quando outros não o faziam”. Obama se referia a Martin Luther King, líder dos direitos civis dos EUA, e Nelson Mandela, ativista que lutou contra o apartheid e ex-presidente da África do Sul.

Tuíte: Ele abalou o mundo, e o mundo se tornou melhor por isso. Descanse em paz, Campeão

 

O jornal inglês Independent lembrou de Ali como um emblema do movimento pelos direitos civis* e um símbolo poderoso contra o racismo nos EUA e ao redor do mundo. Em 1978, Ali fez um discurso para uma comissão especial contra o apartheid na África do Sul. Mandela disse: “ Ali era uma inspiração para mim, mesmo na prisão, porque eu pensava em sua coragem e seu compromisso para com seu esporte. Eu fiquei extremamente impressionado com sua gentileza e seus olhos expressivos.”

Tuíte: Assista ao discurso de @MuhammadAli na Comissão Especial da ONU (@UN) contra o Apartheid em 1978: http://bit.ly/1Y1Xrvu

Al Jazeera escreveu que Ali é o rosto do “Islã verdadeiro*”, citando sua frustração com a descaracterização de sua religião em algumas partes do mundo. “Os verdadeiros muçulmanos sabem que a violência implacável dos chamados jihadistas islâmicos vai contra os próprios princípios de nossa religião”, disse Ali em dezembro de 2015.

Durante o funeral de Ali em 10 de junho, representantes de várias religiões devem discursar, incluindo Islamismo, Judaísmo, Cristianismo, Budismo, Mormonismo e Catolicismo.